Parlamento Italiano Prestação de Contas - Fabio Porta

Três indícios constituem uma prova, e hoje está claro que o Ministério das Relações Exteriores se prepara para encerrar definitivamente o vínculo profundo e frutuoso que por anos uniu as nossas grandes coletividades no exterior com a Itália, um verdadeiro “soft power” do qual nos beneficiamos durante muito tempo graças a uma diáspora que constitui um caso único no mundo.

Após o “decreto cidadania”, que causou um sentimento de desorientação, senão de revolta, entre os nossos compatriotas no exterior, e em seguida ao projeto de lei que, sempre por proposta do Ministro das Relações Exteriores, retirará dos consulados a competência para tratar os processos de cidadania, centralizando tudo em um escritório em Roma, a nova denominação da Direção-Geral para os Italianos no Exterior como Direção para os “serviços aos cidadãos” confirma essa tendência já consolidada e declarada de considerar a grande comunidade italiana no mundo como um simples serviço burocrático e não mais como um dos pilares centrais da nossa política de projeção internacional.

Aliás, se considerarmos que com a supressão da Direção-Geral para a Promoção Cultural o MAECI está desferindo outro duro golpe contra o outro grande e inigualável “soft power” do país, a cultura italiana no mundo, não podemos mais nos surpreender diante da miopia e da falta de visão do atual governo em matéria de cidadania e política externa, ou seja, da ausência de uma visão de futuro a médio e longo prazo para o crescimento e o desenvolvimento de um país cada vez mais fechado e isolado.

Resumindo, para clareza e compreensão: em março passado o governo de Giorgia Meloni e dos dois vice-primeiros-ministros Antonio Tajani e Matteo Salvini aprovou por unanimidade um decreto-lei que alterou repentinamente as normas sobre a cidadania ius sanguinis; decreto que, no fim de maio, a maioria do Parlamento... Saiba Mais > > >