
Não creio que exista um povo com uma presença tão grande e dispersa em todos os cantos da terra; durante mais de um século de emigração italiana no mundo, nações e países foram povoados, às vezes construídos, por uma leva de homens e mulheres corajosos e incansáveis.
Existe uma nação que acolheu em seus grandes braços a maioria desses audazes emigrantes: é o nosso Brasil, o País onde vivem mais de 30 milhões de ítalo-brasileiros!
Nos últimos anos, o Brasil demonstrou que não é somente o País que hospeda o maior contingente de ítalo-descendentes no mundo, mas também uma grande potência mundial.
Provavelmente, o País emergente mais interessante para a Itália e para a Europa em relação às oportunidades de investimento e penetração comercial.
Uma maior presença do Brasil no Parlamento Italiano, obviamente através de seus representantes aqui residentes, seria não só possível mas também desejável.
Fortalecer as relações Itália-Brasil tem sido nesses anos a minha maior preocupação como único parlamentar italiano oriundo deste extraordinário País. Uma política voltada a estreitar cada vez mais as relações ítalo-brasileiras, a partir da valorização da grande presença italiana, que se constrói através de uma plena compreensão e do consequente respeito dessa belíssima coletividade.
É por isso também que o voto de fevereiro é importante, não só para os italianos da “bota”. Os ítalo-brasileiros merecem a confirmação de sua cadeira na Câmara dos Deputados (que modestamente creio ter honrado com trabalho e absoluta dedicação) e devem justamente almejar a conquista de uma cadeira no Senado.
Isso será possível somente em duas condições: a primeira é a de votar no PARTIDO DEMOCRÁTICO, o único partido (e as eleições de 2006 e de 2008 demonstraram isso!) capaz de eleger um Deputado e um Senador; a segunda, é a de exprimir corretamente a própria preferência, escrevendo o sobrenome do candidato (ou dos candidatos) ítalo-brasileiros ao lado do símbolo do PD. |
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A primeira condição, dentre outras, fortalece uma terceira: somente um grande partido e um partido de governo permitirão aos eleitos no exterior transformar em realidade as muitas expectativas dos italianos no exterior; não é suficiente, na realidade, ser eleito e pensar em fazer “milagre”, principalmente se você fizer parte de um partido minúsculo ou insignificante; ainda menos se esse partido será condenado à oposição e à falta de influência sobre as escolhas do governo.
Infelizmente, a repartição da América Meridional sofre por causa de um forte desequilíbrio em seu número de eleitores: mais de 50% dos eleitores (e quase 60% dos votantes) são na realidade residentes na Argentina e isso favoreceu nesses anos tanto a eleição dos candidatos ítalo-argentinos quando o nascimento de listas e partidos que são expressão da coletividade italiana naquele País.
A preocupação, portanto, não é a de se ter uma legítima presença no Parlamento de parlamentares eleitos ou residentes na Argentina (todos os parlamentares representam toda a repartição e, acima de tudo, o povo italiano), mas a de garantir condições equivalentes de voto ativo e passivo a todos os eleitores e a todos os seus Países de residência.
Estamos certos que este voto contribuirá para equilibrar essa carência, fortalecendo uma presença que, além de dar uma justa representação à maior colônia de ítalo descendentes no mundo, contribuirá para fortalecer a política externa italiana nas direções do continente sul americano e do maior e mais interessante País desta região, o Brasil.
“Votar é preciso” portanto, e é esse o apelo que fazemos de coração a todos os duzentos e cinquenta mil eleitores italianos do Brasil.
Um voto pela Itália, pela sua amizade com o Brasil e com o mundo; um voto pelos nossos filhos!
É esse o voto que pedimos: o governo de Pierluigi Bersani, assim como foi o governo de Romano Prodi, restituirá dignidade aos italianos no exterior e retomará os projetos e as políticas de integração cultural, social e econômica entre as duas Itálias.
Um projeto político dentro de um grande desafio, o desafio de mudar, construindo uma “Itália mais justa”, com menos cortes às políticas sociais e aos investimentos econômicos e mais coragem nos programas de desenvolvimento e no apoio aos jovens e ao emprego.
Uma Itália completamente diferente daquela que Berlusconi fez o mundo conhecer, cujo governo contribuiu não só para o agravamento da crise econômica mas também pela precipitação da imagem internacional do nosso País.
Esse é o projeto no qual acreditamos: ajude-nos a realizá-lo!
Fabio Porta
Deputado do Parlamento Italiano e Presidente da Associação de Amizade Itália-Brasil |